As
vespas-joias são parasitas das baratas. O veneno injetado pela vespa (que é uma
fêmea), não ocasiona a morte instantânea da barata. É necessário para a vespa
que a barata continue viva durante um certo período: a vespa coloca um ovo no
corpo da barata, para que ao eclodir possa se alimentar aos poucos da carne da
barata. Um aspecto importante de se ressaltar é que a vespa injeta o veneno num
local próximo da região cefálica, talvez assim pra atingir rapidamente o
sistema nervoso, e assim tirar qualquer mínima possibilidade de fuga da barata.
A barata fica altamente lesionada em
seu sistema nervoso. O veneno ocasiona
uma sobrecarga dos receptores de neurotransmissores. O veneno da vespa-joia é
rico em dopamina. Esta substância é um importante neurotransmissor ligado ao
controle motor, funções endócrinas entre outros fatores. Quando a dopamina
chega ao espaço sináptico, esta difunde-se com rapidez sendo captada pelos
receptores da membrana pós-sináptica. A dopamina também pode ser recaptada pelo
neurônio pré-sináptico e recolocado nas vesículas por transportadores de alta
afinidade. Ainda pode ser degradada ou na fenda sináptica, ou no terminal
pré-sináptico.
Estudos demonstraram que múltiplas e
variadas cascatas são ativadas pelo diferentes subtipos de receptores dopaminérgicos.
Esta multiplicidade de respostas de sinalização provavelmente tem relação com o
acoplamento de proteínas G a cada
receptor, e cada um desses receptores pode interagir cm mais de um tipo de
proteína G. Os contatos entre proteínas G e receptores produzem efeitos
fisiológicos que ou aumentam ou diminuem a resposta inicial do receptor,
estimulando assim vias diferentes.
A locomoção é fundamentalmente
controlada através da ativação de receptores D1, D2 e D3.
A ativação dos receptores D2 ocasiona a redução de dopamina e por
consequência a atividade motora. Por outro lado, a estimulação de receptores D2
pós-sinápticos aumenta um pouco a locomoção. Os receptores D1 tem
pouco efeito na atividade locomotora, no entanto a estimulação dos receptores D1 é essencial para
os agonistas de D2 realizarem o seu efeito máximo. Já o receptor D3
tem papel inibidor da locomoção.
Uma especificidade interessante das
vespas-joias é que elas fazem isso desde que jovens, sendo que não estas não
tem como ter nenhum contato parental, portanto não tendo como aprender isso de
seus genitores. Uma coisa que pode explicar isso são os neurônios espelhos. Em
humanos e inúmeros outros animais, estes neurônios são específicos de áreas
motoras, capazes de responder quando a mesma ação que ele executa era percebida
pela visão. Estes neurônios são capazes de um tipo de compreensão imediata, sem
a necessidade de passar por qualquer tipo de controle central do cérebro. Os
neurônios espelhos estão ativados quando fazemos uma ação ou movimento. Nas
investigações em que foram encontrados pela primeira vez neurônios espelho em
macacos, foi descoberta uma zona cerebral, os lóbulos frontais, que entravam em
ação quando o primata fazia uma atividade qualquer. Isso sem a “coordenação” do
sistema nervoso central. Por esse lado, é possível que a vespa-joia
simplesmente faça a atividade, sem ter que recorrer a áreas do seu sistema
nervoso central, portanto sem recorrer a algum tipo de memória para fazer a
atividade do envenenamento da sua presa e a posterior colocação de ovos no
corpo do hospedeiro/presa.
Assista o vídeo:
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Oi erik. vc tem algum artigo para me indicar sobre esse assunto
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