Páginas

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Efeito do cortisol em peixes

O cortisol é o indicador de estresse mais utilizado em peixes, em várias fases do desenvolvimento. Um exemplo de estresse para os peixes é a captura destes por redes. Em trutas arco-íris, brânquias, intestinos e fígado são órgãos com o maior aumento de cortisol quando estressados; isso está diretamente ligado ao balanço hidromineral e ao metabolismo energético. Outras ações nestes peixes foram a diminuição da taxa de crescimento e supressão das funções imune e reprodutiva.
Já quando Istalurus punctatus (bagres de canal), e também trutas arco-íris ingerem cortisol na sua dieta, podem ocorrer alterações na fisiologia destes animais, com diminuição do crescimento somático e do crescimento hepático.
Na maioria dos peixes teleósteos, o cortisol é o principal hormônio corticosteroide. Os níveis plasmáticos de ACTH podem se elevar de forma rápida após a exposição a um estressor, sendo isso seguido pela elevação dos níveis de cortisol circulantes. Esta liberação é controlada por feedback, sendo que altos níveis de cortisol na circulação promovem o feedback negativo na produção e liberação de ACTH pela hipófise. O cortisol também pode apresentar um feedback sobre o hipotálamo e a liberação de ACTH e de cortisol são comandadas pelo eixo HHI. 
A liberação de CAs e de cortisol tem como consequência alterações bioquímicas e fisiológicas conhecidas como respostas secundárias ao estresse. Os efeitos metabólicos incluem hiperglicemia, dipleção das reservas glicogênicas, lipólises, inibição da síntese protéica. Um aumento do catabolismo de proteínas musculares e alterações nos níveis plasmáticos de aminoácidos, ácidos graxos livres, colesterol podem ocorrer também; ainda podem ocorrer depleção das reservas de ácido ascórbico, particularmente do tecido inter-renal (Oba, 2009).
Uma das respostas mais notáveis dos peixes após a exposição a alguma forma de estresse ambiental, é a cessação da alimentação. Este aspecto acompanhado de outros efeitos catalíticos das CAs e corticosteróides sobre as reservas energéticas dos tecidos corporais resultam num reduzido crescimento dos peixes estressados.
O cortisol provavelmente exerce um efeito inibitório sobre a síntese proteica e isto pode ser utilizado como indicador do crescimento somático. A razão dos ácidos nucléicos (DNA:RNA) os tecidos corporais dos peixes é largamente influenciadas pelo jejum e pela restrição alimentar. Um exemplo: peixes expostos a metais pesados mostram diminuição do crescimento. Dessa forma, quando o peixe é exposto a agentes estressores uma série de respostas é iniciada, sendo que se o estresse é severo ou duradouro, os níveis mais altos da organização biológica ficam afetados (idem).

OBA, E. T., Mariano, W. S., Santos, L. R. B., Estresse em peixes cultivados: agravantes e atenuantes para o manejo rentável.

Nenhum comentário:

Postar um comentário