O cortisol é o indicador de estresse mais utilizado em peixes, em
várias fases do desenvolvimento. Um exemplo de estresse para os peixes é
a captura destes por redes. Em trutas arco-íris, brânquias, intestinos e
fígado são órgãos com o maior aumento de cortisol quando estressados;
isso está diretamente ligado ao balanço hidromineral e ao metabolismo
energético. Outras ações nestes peixes foram a diminuição da taxa de
crescimento e supressão das funções imune e reprodutiva.
Já
quando Istalurus punctatus (bagres de canal), e também trutas arco-íris
ingerem cortisol na sua dieta, podem ocorrer alterações na fisiologia
destes animais, com diminuição do crescimento somático e do crescimento
hepático.
Na maioria dos peixes teleósteos, o cortisol é o
principal hormônio corticosteroide. Os níveis plasmáticos de ACTH podem
se elevar de forma rápida após a exposição a um estressor, sendo isso
seguido pela elevação dos níveis de cortisol circulantes. Esta liberação
é controlada por feedback, sendo que altos níveis de cortisol na
circulação promovem o feedback negativo na produção e liberação de ACTH
pela hipófise. O cortisol também pode apresentar um feedback sobre o
hipotálamo e a liberação de ACTH e de cortisol são comandadas pelo eixo
HHI.
A liberação de CAs e de cortisol tem como consequência alterações
bioquímicas e fisiológicas conhecidas como respostas secundárias ao
estresse. Os efeitos metabólicos incluem hiperglicemia, dipleção das
reservas glicogênicas, lipólises, inibição da síntese protéica. Um
aumento do catabolismo de proteínas musculares e alterações nos níveis
plasmáticos de aminoácidos, ácidos graxos livres, colesterol podem
ocorrer também; ainda podem ocorrer depleção das reservas de ácido
ascórbico, particularmente do tecido inter-renal (Oba, 2009).
Uma
das respostas mais notáveis dos peixes após a exposição a alguma forma
de estresse ambiental, é a cessação da alimentação. Este aspecto
acompanhado de outros efeitos catalíticos das CAs e corticosteróides
sobre as reservas energéticas dos tecidos corporais resultam num
reduzido crescimento dos peixes estressados.
O cortisol
provavelmente exerce um efeito inibitório sobre a síntese proteica e
isto pode ser utilizado como indicador do crescimento somático. A razão
dos ácidos nucléicos (DNA:RNA) os tecidos corporais dos peixes é
largamente influenciadas pelo jejum e pela restrição alimentar. Um
exemplo: peixes expostos a metais pesados mostram diminuição do
crescimento. Dessa forma, quando o peixe é exposto a agentes estressores
uma série de respostas é iniciada, sendo que se o estresse é severo ou
duradouro, os níveis mais altos da organização biológica ficam afetados
(idem).
OBA, E. T., Mariano, W. S., Santos, L. R. B., Estresse em peixes cultivados: agravantes e atenuantes para o manejo rentável.
OBA, E. T., Mariano, W. S., Santos, L. R. B., Estresse em peixes cultivados: agravantes e atenuantes para o manejo rentável.
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