Inicialmente
é necessário observar que a tinha mais aprendizado que a cobra, já que a aranha
já era adulta, e a cobra possivelmente era ainda um indivíduo juvenil. A aranha
também tinha um veneno mais “potente”. A cobra tentou atacar aranha,
primeiramente, sem sucesso. Já aranha conseguiu injetar o seu veneno naquele
réptil.
Os
venenos tem três frações que tem maneiras diferentes de ação: proteolítico, desfibrilador
e neurotrópico (ação no Sistema Nervoso Central, e consequente diminuição dos
movimentos). O
tipo de veneno que a aranha injetou na cobra é o neurotrópico. Este veneno é
composto principalmente por peptídeos e acilpoliaminas. As acilpoliaminas
causam uma rápida paralisia da presa, agindo em receptores ionotrópicos de
glutanato pós-sinápticos de animais tanto invertebrados como vertebrados. Sendo
assim, causam o bloqueio da sinapse na
junção neuromuscular.
Nos
peptídeos que estão na composição dos venenos das aranhas, trezentas sequencias
de aminoácidos foram descritas. Esses peptídeos possivelmente são moduladores
de correntes de canais para K+, Na+ e Ca2+
voltagem dependentes presentes nos neurônios periféricos ou do sistema nervoso
central.
Todas
as aranhas tem veneno que inoculam nas suas presas através de quelíceras,
embora algumas aranhas tenham perdido essa capacidade ao longo do processo
evolutivo.O
veneno é armazenado numa glândula que se localiza no cefalotórax, conseguindo
alcançar as quelíceras, o órgão responsável por expeli-lo. Uma
coisa importante no comportamento das aranhas é que elas somente picam quando
se sentem acuadas, ou para alimentação. No instante da picada, as quelíceras
são elevadas e cravadas na presa; neste mesmo instante, a musculatura que
envolve a glândula de veneno se contrai, e descarrega o fluído.
O
veneno serve para paralisar, pois como não tem pinças nem garras para deter as
presas, nem tem dentes, digerem-nas externamente, através de enzimas,
transformando-as numa “sopa” que depois sugam.Os
canais para NA+ voltagem-dependentes (Nav) em conjunto
com os canais para K+, formam o alicerce para a geração do impulso
nervoso e também pela propagação dos sinais do sistema nervoso.
Os
canais para K+ tem a sua função nos processos de sinalização
celular, que ordenam a liberação do neurotransmissor, da frequência cardíaca,
de excitabilidade neuronal, do transporte de eletrólitos epiteliais, de
contração da musculatura lisa e de regulação do volume celular.Os
canais de cálcio voltagem-dependentes (Cav) auxiliam o influxo de CA2+,
respondendo à despolarização da membrana e organizam inúmeros processos dentro
das células, como contração, secreção, neurotransmissão, e expressão gênica de
muitos tipos de células.
O
veneno tem uma temperatura máxima e mínima para manter a sua atividade
(circulação de veneno pelo corpo da presa). A aranha deveria estar mais
adaptada ao local do embate. Este espaço possivelmente era a toca da aranha,
que por sua vez foi “visitada” pela cobra. A aranha mostrada no vídeo, faz
parte do grupo comumente conhecido por aranhas de grama, ou tarântulas., que
são pertencentes ao gênero Lycosa. São espécies normalmente de clima tropical e
subtropical. Muitas apresentam quelíceras de porte avantajado, podendo picar e
introduzir os ferrões a uma certa profundidade. Quando estas aranhas se sentem
acuadas, elas usam as pernas traseiras, que possuem espinhos fortes,
raspando o abdome, que solta pelos. Estes pelos contem pequenas cerdas que
causam irritação quando se infiltram no epitélio ou mucosa atingida.
Estas aranhas apresentam normalmente
hábito noturno e habitat variado: sob o tronco de árvores podres, próximo a
raízes, em buracos no solo, e cupinzeiros ou mesmo em bromélias. Há espécies
que são errantes e outras que vivem abrigadas. Estes abrigos tem algo como uma
saída de emergência, fechados por uma tampa oculta, o que torna difícil a
identificação deste recinto.
Assista o vídeo: